Livros de abril

Le Maître et Marguerite - Mikhaïl Boulgakov

Todos devem ler esse livro. A história trata de uma visita do diabo à Mouscou no fim de 1800. Mesclada à essa história nós temos a de Pôncio Pilatos. E ainda a de Maître e de Marguerite. Assim como várias outras, relacionadas ao encontro com Woland...
Um grande livro em todos os sentidos. Mais um mestre da literatura russa para o meu hall da fama. Sensacional! até pesadelos com o gato eu tive.

Vi esse livro transformado em peça e teatro aqui na escola. Nada menos que sensacional. Felicitations à Aude Thuries e a toda a equipe que trabalhou com ela! Mis-en-scène très bien faite!
Agora quero ver os 10 episódios para TV que fizeram os russos!

Livros lidos fevereiro/março

Fabrice Melquiot - C'est ainsi mon amour que j'appris ma blessure

Peça de teatro, monólogo de um homem que está no aeroporto de Barajas, Madrid. Aparentemente ele foi viajar com sua mulher para Madrid e ela o deixou por lá dizendo que ela ia viajar. Toda semana ele repete o mesmo ritual pela cidade. Domingo é dia de ir ao aeroporto e falar com as pessoas que sentam-se ao seu lado - mesmo se elas não falem francês. Aparentemente novamente parece que tudo acontece na sua imaginação.

Jean-Michel Ribes - Théâtre sans animaux

Peças pequenas sobre assuntos variados. A primeira de um rapaz que quer ser mais sábio que seu irmão para que os outros gostem dele como gostam de seu irmão, ou talvez até mais. Ele anuncia a seu irmão que sabe mais que ele, que já leu tudo e mais um pouco e por isso é mais sábio e especial. O outro acaba por convencê-lo que ele não deve dizer isso a ninguém. O resto eu tenho que olhar para me lembrar.

J. Coetzee - Disgrâce

Mais um bom livro de Coetzee. Sobre um professor universitário que tem um caso com uma de suas alunas o que lhe custa sua profissão. Para se afastar da cidade, ele resolve passar um tempo com sua filha no campo e ajudá-la. Mas aí mais percalços. Ótima ilustração dos problemas raciais na África do Sul. O apartheid social desse país. Mais uma história densa de tragédias humanas. Ainda prefiro Michael K., sua vida, sua época.

Camilo José Cela - A família de Pascual Duarte

Interessante livro na maneira de narrar a história, assim como a história de Pascual. Espanha dos anos 30/40, um pueblecito e suas picuinhas. Preconceitos e ilustração de uma sociedade que se quer moral. Uma dnúnia bem humorada dos costumes e fofocas de interior. A personalidade de um homem indigesto.

Mia Couto - O fio das missangas

Contos que têm como tema principal as mulheres. Alguns muito bonitos e tocantes. Outros prezam pela singeleza tanto do personagem quanto da história. Mais um toque de sensibilidade das palavras de Mia Couto. Um sorriso branco africano pela inocência das histórias. Como sempre me encanto com seus livros e suas palavras. Coleciono seus novos modos de falar o português.

François Cervantes - Voisin

Peça de teatro que ilustra uma pequena comunidade onde habitam sobretudo estrangeiros. Feita por relatos dessa gente. mis-en-scène do próprio teatro. local de abertura para vc falar o que não diria à outras pessoas. Várias histórias que ilustram a França de hoje com seus imigrantes, sua exclusão e seus problemas.

Jean-Marie Besset - Ce qui arrive et ce qu'on attend

Sala de espera para uma entrevista de um concurso para se construir o primeiro monumento na lua. Duas pessoas se reencontram. Destinos se cruzam. Um boa história, bons quiproquós.

Ubu Roi - Alfred Jarry

Esse autor me chegou pelo Jogo da Amarelinha quando se discute a patafísica. Ainda não li a teoria da patafísica de Jarry. Mas li a primeira peça do ciclo do Ubu, quando ele é rei. De 1896. O Pai Ubu, bem que esteja contente dos títulos que possui, é incentivado pela Mãe Ubu a conspirar contra o rei Venceslas e tomar o lugar dele. Como rei o Pai Ubu se revela o mais cruel dos cruéis. O pai Ubu usa várias vezes o mote « De par ma chandelle verte », e a expressão « Merdre »... livro divertido e estranho. Dele nasce a expressão ubuesque, que siginifica uma situação desmesurada, de comicidade grotesca que é caracterizado pelo absurdo.

Djamilia - Tchinguiz Aitmatov

Segundo Louis Aragon essa é a mais bela história de amor jamais escrita. Um pouco exagerado, mas a história é muito envolvente. Djamilia é uma bela menina que se casa com o irmão do narrador da história. Seu marido logo tem que partir para a guerra, e a deixa em sua casa, onde aprende com a mãe da família qual deve ser a posição a se tomar quando ela for a líder. Ela é trabalhadora e muito inteligente. Ao seu lado sempre está o narrador, uma criança que a admira muito e que percebe o que vai acontecer. E aí já estamos perdidos nessa história, que culmina amor e esquecimento. Amor e renconhecimento.