Los detectives salvajes - Roberto Bolaño
Livro escrito em 1998, então só tem 11 anos de vida, é uma bela viagem por vários países e cidades em busca da fundadora do real visceralismo - Cesárea Tinajero.
Os detetives responsáveis por essa busca são Arturo Belano e Ulisses Lima. A maior parte do relato mais é uma busca pelos caminhos por onde passaram Belano e Lima e suas histórias de vida. Naquilo que toca Cesárea e os poetas somente saberemos no fim do livro. É uma confluência de várias histórias unidas pelo tema da busca e uma homenagem ao fazer e o criar poético - talvez pelo tema da busca e o meio intelectual se possa falar de uma relação com Rayuela, como alguns defendem, mas eu diria que não há uma grande semelhança para falar nesses termos. O projeto de Cortázar era outro, seus apelos outros ainda. Os deteives é sem dúvida um bom romance, que vale a pena ser percorrido nas suas mais de 600 páginas.
Foe - J. M. Coetzee
Creio que o romance, de 1986, ficaria mais interessante se eu já tivesse lido o Robinson Crusoé. Já li Adeus Robinson de Cortázar, uma peça radiofônica que conta então de outra maneira a aventura de Crusoé e de Sexta-Feira. Mas agora sobre a idéia de Coetzee: ele resolve colocar na trama Susan Barton, que vai em busca de Foe para que ele conte sua história e assim ela fique famosa. Ela é também uma naufrága que chega na ilha em que habitam Cruso e seu escravo Sexta-Feira, ela se adapta ao cotidiano da dupla, mas sempre na vontade de encontrar um barco a vela que a tire dalí. Já na Inglaterra, somente com Sexta que não tem língua para contar sua história, ela vai em busca de alguém para poder contar a sua vida na ilha. Foe acaba se interessando mais por sua aventura completa que somente pelo episódio da ilha. Mas o interessante é que a escrita de aventura, bem feita em enredada não está no livro. O autor dá-nos uma história narrada por alguém que não tem nenhuma aptidão para contar as aventuras de modo cativante - e é exatamente por isso que Susan vai em busca de um autor. E então são vários os pontos metas na história: do que conhecemos como o romance de Defoe, do ato de escrita, de realidade e ficção, e assim por diante porque eu nao posso escrever porque estão me enxendo.